Castrolanda estuda diversificação de novas culturas aos cooperados
Entre as novidades apresentadas, há uma possível parceria com a Cargill, de Ponta Grossa
Publicado: 30/04/2025, 15:50

Hortifruti, piscicultura, beef-on-dairy, resina e cacau são oportunidades de novas culturas que estão sendo estudadas e representam opções de diversificação para os cooperados da Castrolanda Cooperativa Agroindustrial. Prospectar novos negócios vai de encontro a estratégia da cooperativa de desenvolver os cooperados, partindo da premissa de ajudá-los a crescer de forma sustentável.
Entre as diversas possibilidades, a cooperativa escolheu apresentar estudos aos produtores que atendem a critérios importantes: mercado promissor que permita escala de produção e participação de vários cooperados; viabilidade e rentabilidade no campo; posição geográfica favorável para insumos e escoamento da produção; e o principal deles, que é o interesse dos cooperados.
“Estamos sempre analisando a melhor forma de agregar valor para os cooperados para termos uma diversidade de atividades que são saudáveis e seguras. E nós, enquanto cooperativa, para viabilizar um novo negócio precisamos de escala. Estudamos o mercado e a cadeia dessas culturas para ver o que melhor se encaixa, tanto do ponto de vista de escala, mas também como podemos amarrar negócios B2B (empresas para empresas) que sejam adequados para a cooperativa com a distribuição empresarial. E vejo que essa também é uma preocupação do cooperado de diversificar atividades e buscar o que gera mais retorno para ele”, destaca Seung Lee, diretor-executivo da Castrolanda.
ESTUDOS - O gerente de Estratégia e Comunicação, Vitor Almeida Fonseca, explica que a cooperativa conduziu os estudos para ajudar o cooperado a fazer algo a mais do que aquilo que ele já está acostumado. “A diversificação, além de ser uma forma de crescer, também representa uma proteção. Quando uma cultura vai mal, outra pode ir bem e compensar”, diz.
Segundo Vitor, diversas análises foram feitas para estudar cada uma das culturas, onde as cinco foram selecionadas como promissoras para o futuro. “No hortifruti, os estudos realizados apontaram para os vegetais como brócolis, couve-flor, cenoura, ervilha e milho. São aqueles fáceis de congelar e vender no mercado. Com relação à piscicultura, visitamos tanques climatizados de tilápia em Curitiba e vimos que vai super bem, mesmo em regiões frias como a nossa. A tilápia é um dos peixes mais vendidos no mundo e percebemos um crescimento constante anualmente”.
O beef-on-dairy (termo em inglês que, na tradução literal, é ‘Carne no Leite’), outra diversificação estudada pela cooperativa, é uma prática inovadora que consiste na utilização de sêmen de touros de corte em vacas-leiteiras, melhorando a qualidade e a rentabilidade dos bezerros. “Nos Estados Unidos está bem avançado e os híbridos já representam em torno de 20% do mercado de corte. Esse movimento começou aqui no Brasil também. É uma oportunidade interessante para os produtores”, aponta o gerente.
Outro estudo de diversificação é a produção da resina de pinus, uma substância natural extraída das árvores do gênero Pinus. O processo envolve a realização de estrias na casca da árvore, permitindo que a planta libere a goma resina, matéria-prima utilizada em diversas indústrias. “Alguns produtores nossos já têm negócios florestais em suas propriedades. A floresta tem um ciclo longo, ou seja, eu planto hoje para daqui a sete anos poder cortar e vender no mercado. Você tem madeira no final de 20 anos, mas, até chegar nesse prazo, o produtor pode ter receita todo ano com a própria resina. O nosso serviço de Gestão Florestal já oferece esse apoio aos cooperados e esse é um caso que temos condições de ajudar”, explica o gerente.
Por fim, outra oportunidade de diversificação está voltada à produção de cacau no Tocantins, estado em que a Castrolanda está em fase de expansão. “O Brasil já foi um grande produtor mundial de cacau, mas perdeu boa parte da relevância por conta da ‘vassoura de bruxa’, um fungo que apodrece o fruto. Hoje existe solução para o problema, mas a produção está concentrada em Gana e Costa do Marfim e as indústrias que fazem chocolate estão procurando produtores de mais confiança no Brasil. A Cargill nos procurou para iniciarmos testes de plantio no Tocantins”, finaliza.
APRESENTAÇÃO - As novas culturas foram apresentadas aos cooperados da Castrolanda, em 2 de abril, em um evento realizado no Memorial da Imigração Holandesa. Na oportunidade, os produtores puderam esclarecer dúvidas e identificar quais possibilidades despertaram maior interesse.
Participaram mais de 170 produtores e eles responderam formulários indicando quais culturas interessaram. A partir das respostas dos formulários a cooperativa está definindo como seguirá com fomento e apoio às novas culturas.
Gilson Zampieri, produtor de leite e cooperado da Castrolanda desde 2021, demonstrou interesse nos estudos apresentados. “Nós enquanto cooperados começamos a pensar diferente, no sentido de incluir mais uma atividade que venha suprir os nossos negócios, ainda mais que somos pequenos. A piscicultura me interessou muito. É algo que necessita de investimentos, mas de pouca mão-de-obra. Estamos interessados e correndo atrás”, idealizou Zampieri.
Com informações: Assessoria de Imprensa.